Fala, moradora

Área dedicada a falas das mulheres de bairros periféricos visitados pela equipe do projeto

Bairro Piquete

“Ser mulher no Piquete é ser guerreira. Nós não temos saneamento básico, ao ponto das ruas serem sujas de esgoto. O acesso para entrar é complicado,; quando precisamos de uma ambulância, a pessoa morre para depois chegar o socorro”.

Claudete, 52 anos e moradora do Piquete há 7 anos

“Morar aqui é ser guerreira. Nós somos mulheres, mães – muitas aqui mães solo – tendo que correr atrás de comida e água, educação, higiene básica em um lugar que não há saneamento, esgoto, água, luz etc”.

Cássia, 39 anos

“Nosso lixo fica espalhado pelas ruas, muitos mexem e espalham por todo o lugar, até animais mortos estão jogados pelo lugar ”.

Maria Aparecida

“ Moramos na favela, mas somos pessoas limpas e nos importamos com nossa saúde e a limpeza do local”.

Dulce, 29 anos

Bairro Manchester

"Morar aqui não é fácil, tudo aqui pra gente é difícil. Pra gente ir no médico, pra ir no supermercado... Eu levo minha filha na UPA do Geisel e tenho que ir a pé. Não tem uma farmácia, não tem um posto. Tem suas partes boas, mas também tem a chuva, a terra, o uber que não sobe, o ônibus que não sobe quando está chovendo. [..] Se a gente fica com a criança doente aqui não tem com... a ambulância não sobe."

Samanta, 28 anos

“O uber faz descaso com a gente. Alguns não entram aqui por causa da terra. Falam que vai sujar o carro deles por causa da terra”.

Josi, moradora do bairro há 3 anos

"A gente tem que dar uma moradia digna para os nossos filhos. Eu luto e vou até o fim pela moradia digna, depois eu vou correr pelas outras coisas. A gente é quase 30 famílias sem moradia. [...] A gente precisa de um posto, a gente precisa de uma creche, a gente precisa de uma escola. A gente precisa de um tudo."

Tatiane, presidente da associação de moradores do Manchester 

“O ônibus não sobe. O carro de aplicativo não sobe. A ambulância não sobe. Se você morrer, a culpa ainda será sua.” 

Cleusa, 40 anos